sábado, 14 de maio de 2016

ARTIGOS PRA LÁ DE INTERESSANTES!!

Inaugurando esse espaço de reflexão e aprendizado, trazemos algumas das palavras sábias de nosso inesquecível mestre Paulo Freire:

"Se não amo o mundo, se não amo a vida, se não amo os homens, não me é possível o diálogo. Não há, por outro lado, diálogo, se não há humildade. A pronúncia do mundo, com que os homens o recriam permanentemente, não pode ser um ato arrogante. O diálogo, como um encontro dos homens para a tarefa comum de saber agir, se rompe, se seus polos (ou um deles) perdem a humildade. Como posso dialogar se alieno a ignorância, isto é, se a vejo sempre no outro, nunca em mim?
Como posso dialogar, se me admiro como um homem diferente, virtuoso por herança, diante dos outros, meros 'isto', em quem não reconheço outros eu?
Como posso dialogar, se me sinto participante de um gueto de homens puros, donos da verdade e do saber, para quem todos os que estão fora são 'essa gente', ou são 'nativos inferiores'?
Como posso dialogar, se parto de que a pronúnca do mundo é tarefa de homens seletos e que a presença das massas na história é sinal de sua deterioração que devo evitar?
Como posso dialogar, se me fecho à contribuição dos outros, que jamais reconheço, e até me sinto ofendido com ela?
Como posso dialogar se temo a superação e se, só em pensar nela, sofro e definho?
(...) Se alguém não é capaz de sentir-se e saber-se tão homem quanto os outros, é que lhe falta ainda muito a caminhar, para chegar ao lugar de encontro com eles. Neste lugar de encontro, não há ignorantes absolutos, nem sábios absolutos: há homens que, em comunhão, buscam saber mais."
Paulo Freire, 1987



A IMPORTÂNCIA DA LEITURA



A leitura é uma atividade essencial a qualquer área do conhecimento, portanto fundamental à própria vida do ser humano, pois permite que o homem possa compreender o mundo e situar-se com todos em discussões e críticas.


Toda leitura possibilita a aquisição de diferentes pontos de vista e alargamento da comunicação oral e escrita.






Ler não é só uma ponte para a tomada de consciência, como também um modo de existir no qual o indivíduo compreende e interpreta a expressão registrada pela escrita e passa a compreender sua própria existência como ser social.


A leitura deve está intimamente ligada ao processo educacional, portanto é da responsabilidade da instituição escolar incentivar o educando a participar ativa e democraticamente e ter acesso ao patrimônio histórico, cultural e científico da humanidade presente nos vários tipos de livros.


Há livros para todas as idades, todo tipo de leitor e livros que tratam de diversos assuntos os mais variados possíveis. É só imaginar e ir em busca daquele que melhor lhe agrada. Que tal você fazer um passeio na Biblioteca de sua escola? Com certeza você terá uma surpresa!






Então aluno (a): leia, leia e leia! A leitura fará de você uma pessoa bem informada, comunicativa, inteligente, preparada para o mundo moderno, com uma boa escrita e capaz de transpor todas as dificuldades que apareçam em seu caminho.


Aproveite o Projeto: Estímulo à leitura, o prazer da descoberta e torne-se um (a) leitor (a) assíduo (a) a partir de agora.
Boas leituras!!


Professora Amparo Rodrigues Moreira






VAMOS PLANTAR?

A árvore do prazer de ler pode demorar a se desenvolver e brotar. Mas é certo que dela colheremos frutos saborosos!
Por Tino Freitas

É provável que você, leitor, tenha desenvolvido uma intimidade com a leitura literária na escola ou na sua casa. Ou em ambos. São esses os lugares onde as sementes da árvore do prazer em ler (ações de incentivo à leitura) mais florescem; e onde se é possível ter mais adubo à disposição (livros) e ferramentas (gente próxima como pais, irmãos, tios, amigos e professores) para plantar e regar esse saboroso fruto (o leitor).

Poucas pessoas se apaixonam pela leitura (e pela literatura) de forma autônoma, como um fruto que cai no chão, espatifa-se e cuja semente brota pura e simplesmente pela intensa força de vontade de se fazer viva. É raro, mas acontece.

Olhando de perto a nossa realidade, muitas vezes não há sementes, ferramentas e adubos em casa, nem na escola. E crianças tornam-se infrutíferas nessa seara.

Porém, há outra forma de cultivo que se desenvolve a passos lentos, mas largos, em nosso país: a formação do leitor na comunidade.

Há, no Brasil, uma série de “especialistas” fora do lar, fora da escola, longe da academia, que – de formas simples e distintas – têm ajudado a formar leitores a partir de dois alicerces aparentemente ao alcance de todos nós: compartilhando sua paixão (pela literatura e pelo ser humano), e oferecendo o acesso ao livro.

A barracoteca de Otávio Junior, no Morro do Alemão (RJ), a borrachalioteca, de Marco Túlio, em Sabará (MG), o Jegue Livro, de Elza Maria, em Alto Alegre do Pindaré (MA). E ainda a Biblioteca dos Roedores de Livros, coordenado por Ana Paula Bernardes, são exemplos de trabalho de incentivo à leitura que, de fato, formam leitores, e que podem ser multiplicados. Não é fácil, mas é possível.

Para formar um acervo para o tal “acesso ao livro”, você pode planejar uma ação entre amigos, na escola do seu filho, na lista de presentes do seu aniversário. Seja criativo e persuasivo. E que modo mais simples de começar uma ação do que carregar os livros numa caixa e mediar a leitura numa praça da sua cidade?

De frente para os leitores, mostre-se íntimo da história e leia-a. Esteja sempre com o livro na mão. Dessa forma, os leitores verão com mais clareza que, embora você tenha vindo “de longe”, a história a que você emprestou a voz com paixão, ritmo e fluidez saiu de um livro.

Não se esqueça do outro alicerce: o afeto. Os leitores-ouvintes desejarão folhear o livro, para se parecerem com você, descobrir o que há ali que tanto encantou a ti, da mesma forma que a gente repete um gesto do pai ou da mãe, por admiração.

O bom mediador e seus futuros leitores necessitam desse vínculo emocional como aqueles que encontramos em casa ou na escola. E isso, no meio da comunidade, entre desconhecidos, pode levar algum tempo. Assim como uma semente demora para se desenvolver e brotar. Mas dessa árvore, saiba, é certo: colheremos frutos saborosos. Vamos plantar?

Tino Freitas é escritor e mediador de leitura do Projeto Roedores de Livros.
Revista Carta na Escola, agosto de 2012.




Como professor, qual é, em sua opinião, o maior desafio para quem ensina!


Outro dia me encontrei com a representante de uma organização que envolve dezenas de professores aqui nos Estados Unidos e perguntei a ela: "O que diferencia os melhores professores dos demais?" Ela comentou que muitas pessoas acreditam que os melhores professores são os que dão as aulas mais atraentes, mas que não é isso que diferencia um bom professor. Outras valorizam mais os profissionais que têm títulos, como o PhD, mas que também não é isso que faz os melhores professores. Para ela, os professores que realmente fazem com que seus alunos evoluam no conhecimento, que conseguem motivar e fazer com que os estudantes percebem que eles próprios devem assumir responsabilidades sobre si mesmos e sobre sua educação são os melhores. Assim, acredito que o grande desafio para os professores é saber como, entre todas as suas tarefas, criar tempo para poder estabelecer essas importantes conexões pessoais com os alunos, e fim de exercer o importantíssimo papel de adulto na vida deles - às vezes, o papel do principal adulto - e ajudar a fazer com que os jovens acreditem em si mesmos, que se sintam capazes e motivados para realizar coisas e para que se sintam donos de seu destino. O aluno que tiver em sua vida aquele professor que gire a chave em sua cabeça, que faça com que, no lugar de encarar a escola e o estudo como obrigação, entenda que adquirir conhecimento é fundamental para que ele venha a ter uma boa carreira, um bom futuro, estará sendo programado para os próximos 60 anos de sua vida. Este é o segredo de ensinar - e espero que estejamos desenvolvendo ferramentas que liberem mais tempo para que os professores possam se dedicar mais a essa conexão fundamental com seus alunos.
Salman Khan (Fonte: Revista Pátio, Ano V, nº 19, dez 2013 a fev 2014).





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Passe sem se perturbar por entre os ruidosos e apressados, lembrando-se da paz que existe no silêncio. Sem ser subserviente, faça o possível para tratar bem a todas as pessoas. Transmita sua verdade suave e claramente e saiba ouvir até os tolos e ignorantes, pois eles também têm sua história para contar.

Evite as pessoas agressivas e barulhentas: elas perturbam o silêncio e o espírito. Evite estabelecer termo de comparação entre você e os outros, pois isto poderá torná-lo vazio e amargo, porque sempre haverá pessoas melhores e pessoas piores do que você. Alegre-se com os seus planos tanto quanto as suas realizações.

Mantenha-se interessado em sua própria carreira, mas cultive a humildade, pois ela representará um patrimônio para você no meio das mutações da vida.

Seja cauteloso nos seus negócios, pois o mundo está cheio de surpresas; sua cautela, entretanto, não deverá cegá-lo a ponto de não reconhecer a virtude que existe ao seu redor; muita gente se esforça por ideais mais elevados, e o mundo está cheio de heroísmo.

Seja você mesmo. Especialmente, não finja afeição. Tampouco encare o amor com cinismo; pois apesar de tanta insensibilidade e desencantamento, o amor é perene como a relva.

Aceite prazerosamente o conselho dos anos; desprenda-se com nobreza das coisas da juventude. Cultive a força de espírito para que ela o proteja nos momentos de súbito infortúnio. Não se deixe deprimir por suas próprias imaginações; muitos temores nascem da fadiga e da solidão. Ao impor a si próprio uma disciplina salutar, encare-a, porém, com brandura.

Tanto quanto as árvores e as estrelas, você também faz parte integrante do universo e tem o direito de estar aqui. Mesmo que não entenda a razão de muitas coisas, o universo evolui exatamente como devia.

Esteja em paz com Deus, seja qual for à forma como você O vê. E sejam quais forem os seus trabalhos ou aspirações, em meio à ruidosa confusão da vida, esteja em paz com a sua alma.
Embora sabendo que o mundo está cheio de lidas, incompreensões e desenganos, ainda assim ele é lindo! Esforce-se para ser feliz!

(Texto existente na Igreja de Saint Paul, Baltimore, EUA, datado de 1692.)


('Desiderata' é uma palavra de origem latina que significa 'aquilo que se deseja', 'aspiração'). 


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No dia 04 de abril de 2016 foi publicada uma reportagem no jornal O Povo sobre uma de nossas mais amadas e lidas escritoras, a maravilhosa Clarice Lispector. Vou postar esse artigo para a apreciação de todos vocês, seguidores desse blog que fica a cada dia mais atual e interessante.


Clarice aos quatro ventos
Interesse pela obra da autora se renova com olhar lançado pela crítica internacional. Em maio, coletânea de contos será publicada no Brasil.


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Desde que a crítica estrangeira se rendeu à produção de Clarice Lispector, os jovens leitores encaram uma pergunta: quem é a escritora de linguagem cotidiana e desafiante ao mesmo tempo? 
Nascida na Ucrânia, ela chegou ao Brasil ainda criança com os pais e as duas irmãs. Passou por Maceió e Recife até tornar-se uma carioca do Leme. E de 1944 até 1977, anos do primeiro e do último livro publicados em vida, desafiou as pilastras da literatura nacional -encantando o público e dividindo as opiniões dos ensaístas. 
Mas não é de agora o interesse pelo legado da autora. Por aqui despontam, anualmente, centenas de pesquisas acadêmicas acerca de seus romances, contos e crônicas. E a presença dos livros clariceanos no portfólio de editoras garantiu o alcance fácil para as novas gerações.

Clarice tem uma escrita cotidiana, versátil e instigadora. Desde a publicação de Perto do Coração Selvagem, primeiro romance, milhares de leitores foram sendo conquistados. O reconhecimento da escritora aconteceu ainda em vida, mas foi apenas depois da morte, em 1977, que os limites de disseminação foram ultrapassados - acredita Teresa Monteiro, biógrafa e pesquisadora da obra de Clarice. Teresa lidera um movimento de memória nos locais preferidos de Clarice no Rio de Janeiro. A mobilização culminou com o projeto de implantação de uma estátua da escritora na Praia do Leme -semelhante aos monumentos de Carlos Drummond de Andrade, na Praia de Copacabana, e de Rachel de Queiroz, no Centro de Fortaleza. A peça está sendo produzida pelo artista plástico Edgar Duvivier.

Em 2015, Clarice Lispector passou a receber uma atenção especial da crítica e dos leitores. Nos Estados Unidos, a publicação da biografia Clarice, (Clarice Vírgula) fez um novo público conhecer a narrativa peculiar da escritora. A pesquisa foi organizada pelo norte-americano Benjamin Moser, que virá ao Brasil em julho para a Feira Literária Internacional de Paraty (Flip). A coletânea The Complete Stories, também organizada por Moser, reúne em um único volume todos os contos de Clarice e figurou na lista dos melhores livros do The New York Times no ano passado. A compilação recebeu o “Pen Translation Prize”, honraria internacional para as melhores traduções do ano. Em nota, os juízes do prêmio ressaltam que as histórias são diversas em “tom, humor, perspectiva, assunto e peculiaridades”.

A biografia escrita por Moser, que teve as primeiras edições publicadas pela extinta Cosac Naify, será republicada pela Companhia das Letras. Por meio da assessoria de imprensa, a editora afirmou não ter previsão do lançamento, mas garantiu que o livro chegará ao mercado. Já a coletânea de contos completos, inédita no Brasil, ganhará uma versão em português, com lançamento previsto para 2 de maio pela Rocco. A assessoria da editora não deu maiores informações sobre a apresentação do livro. É a primeira vez que todos os contos da autora são reunidos em um único volume.

Taciana Oliveira, cineasta responsável por A Descoberta do Mundo, filme que costura elementos de videoarte e documentário para explicar a trajetória clariceana, ressalta o interesse nacional pela produção da autora. Apesar de, no Brasil, Clarice ter sido apontada como escritora hermética, nunca houve um esquecimento de sua obra, aponta Taciana. "Há uma busca na classe acadêmica brasileira para saber quem é e entender Clarice Lispector. Tanto que na década de 1990 já haviam sido lançadas biografias e todos os anos a academia publica teses, artigos e dissertações sobre a autora. O volume extenso de pesquisas ajudou a nortear os leitores”, aponta. Taciana projeta um segundo filme sobre a vida da escritora – dessa vez, com linguagem ficcional. A primeira parte do documentário foi exibida na Alemanha e nos EUA. Em 2016, serão feitas sessões na Holanda, na Grécia e em Portugal.

 A autora mais citada (e confundida) da internet
Redes sociais não poupam citações e memes de Clarice Lispector. Mesmo assim, podem ser um atrativo para conquistar para novos leitores.

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Junto das centenas de postagens utilizando citações de Clarice Lispector podem surgir dezenas de novos leitores. O encontro com as frases através das redes sociais funciona como porta de entrada para a obra da autora. Desde os tempos do extinto Orkut, a brasileira foi amada por internautas que garimpavam frases de romances, contos e crônicas. Agora, é no Twitter e no Facebook que mais figuram composições clariceanas – em comunidades e páginas. Mas, com tanta disseminação, surgiram as falsas postagens, atribuindo a Clarice a autoria de composições jamais pronunciadas pela escritora.

“É natural que com a internet aconteceu um grande salto para o sucesso, pois sua obra passou a ser divulgada com mais facilidade. Mas há que considerar também que a literatura de Clarice fala diretamente da e para a intimidade, registrando movimentos da alma difíceis de serem detectados e descritos. O seu sucesso tem a ver sobretudo com uma notável capacidade de apreender tais meandros da experiência interior de personagens. Há que considerar também que, se  a rede, por um lado, divulga a literatura de Clarice, por outro faz trabalho contrário, na medida em que divulga textos de uma falsa Clarice, textos que ali aparecem como se fossem de Clarice mas que, na verdade, não são. E isso é péssimo”, pontua Nádia Batella Gotlib, uma das principais biógrafas da escritora, em entrevista ao O POVO, por e-mail.


A estudiosa Teresa Monteiro lembra que a escritora era visitada através redes sociais antes do Twitter e do Facebook despontarem. “Logo quando a comunicação online ficou acessível no Brasil, houve um boom de Clarice Lispector. No Orkut existiam comunidades com mais de um milhão de leitores. E eu indagava: como uma escritora pode ter tantos seguidores em um país onde o acesso à literatura ainda é mínimo?”.


Para a pesquisadora, parte dos fãs virtuais de Clarice Lispector é abastecida por frases esparsas. Mas a mobilização em torno da obra funciona como uma provocação para novos leitores. “Já vi pessoas que não conhecem os livros, mas cultivam citações soltas. Entretanto, há uma parcela significativa que se interessa e procura outras fontes, descobrindo o universo da autora. O fenômeno literário também está vinculado a internet. Um leitor pode se interessar por uma citação e buscar o livro. A minha geração, mais velha, não teve acesso a esse canal”, explica Teresa Monteiro. (Isabel Costa)



PARA CONHECER CLARICE 


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Clarice,
Benjamin Moser
Biografia, 648 páginas
Quanto: R$ 99,00





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Correspondências
Cartas trocadas com artistas, familiares e intelectuais, 336 páginas
Quanto: R$ 46,00
Disponível: livrariacultura.com.br



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Entrevistas
Entrevistas feitas por Clarice com figuras importantes para a cultura brasileira, 176 páginas
Quanto: R$ 24,00
Disponível: livrariacultura.com.br 



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Complete Stories
Volume com todos os contos da brasileira traduzidos para o inglês, 640 páginas
Quanto: R$ 145,00
Disponível: livrariacultura.com.br




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Minhas Queridas
Cartas trocadas com as irmãs Tania Kaufmann e Elisa Lispector, entre 1944 e 1959, 328 páginas
Quanto: R$ 39,00
Disponível: livrariacultura.com.br




Postando mais um artigo pra lá de interessante. Esse artigo foi publicado no Jornal O Povo, do dia 04/04/2016, de Lucila Cano.

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PAPEL DOS PAIS NA EDUCAÇÃO
Há algumas semanas participei como ouvinte de uma reunião de pais. O tema proposto ao grupo era o papel dos pais na educação, assunto que, vamos e venhamos, dá conversa para incontáveis reuniões.
A educação é tema amplo e delicado até para os especialistas. Em conversa de pais torna-se recorrente, porque, além da qualidade do que os filhos aprendem na escola, o questionamento que mais aflige os pais é saber como eles próprios estão se saindo nas lições da vida, aquelas que melhor se aprendem em casa do que na rua.
Saber como os pais refletem a respeito do seu papel de educar os filhos é enriquecedor, mesmo que a contribuição venha de um pequeno grupo e que a reunião termine com mais perguntas do que respostas. Pois o diálogo e a troca de experiências favorecem um novo olhar sobre o que está à nossa volta.


COMPETÊNCIA INSTALADA


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Alguém já nasce com alguma competência instalada? Essa foi a primeira provocação do coordenador do grupo de pais, logo seguida de outra: o processo de educação é a junção de igualdades e deficiências de pai e mãe.
 
As respostas vieram aos poucos, nem sempre complementares (o que era de se esperar), mas todas com algum elemento motivador para a reflexão: 1) Não procurar o ótimo já é um bom começo; 2) Encarar a situação do jeito que está e ir se desenvolvendo; 3) Associar a educação com a curiosidade da infância; 4) Respeitar as diferenças, os limites, saber até onde se pode ir; 5) O desenvolvimento (do processo de educação) é lento e o jovem tem pressa; 6) A base moral é importante; 7) Estamos inseridos em um contexto muito violento. A gente supre as necessidades básicas, mas, quando eles crescem, esse papel fica estranho. Quanto eu posso melhorar como pessoa para oferecer ambiente saudável, harmonioso, como se relacionar com os familiares?
Para dar novo impulso à participação dos pais na roda de conversa, o coordenador do grupo fez observações interessantes. Lembrou a todos que criar uma expectativa não pautada na realidade gera frustração. Considerou que ninguém está suficientemente preparado para fazer qualquer coisa e que a regra para educar não pode ser igual para todos, porque os filhos são diferentes. A individualidade é instrumento de desenvolvimento, acrescentou ele.

EQUILÍBRIO EM MOVIMENTO

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A rotação da Terra é de 1.700 km/hora e a translação (a volta em torno do sol) é de 107 mil km/hora, disse o coordenador do encontro para destacar que o equilíbrio é um movimento constante. Por que isso? Para pautar os pais para uma nova reunião sobre o tema.

Segundo ele, as crianças mudam, os pais mudam, o mundo muda e isso, em velocidade fantástica. Antes de buscar respostas, os pais (embora a recomendação seja válida para todos) devem fazer as perguntas certas. E mais: dar atenção a algumas coisas aparentemente simples.
Usou a imagem do quebra-cabeça para falar de método: primeiro as peças são separadas por cor, depois por formato. No entanto, racionalidade não resolve tudo. Comportamento não tem racionalidade.
A educação precisa de tempo, melhor dizendo, a educação precisa que os pais dêem um pouco do seu tempo para os filhos todos os dias. A educação também precisa que os pais dêem o exemplo, mas não só ele. Para valer, a educação precisa do exemplo e da coerência. Ou seja, os pais devem dar o exemplo e se manterem coerentes quanto a ele. Não basta dizer, é necessário fazer o que diz. O grau de aderência dos filhos aos pais que fazem o que falam é significativo.
Para terminar, deixo para o leitor uma última reflexão. Às vezes filho, às vezes pai, desempenhamos diferentes papéis ao longo da vida e, para eles, somos constantemente desafiados. Como bem disse o coordenador do grupo de pais, educar é um exercício de vida. Temos responsabilidade com esse papel e é sempre bom lembrar que responsabilidade não significa obrigação, mas oportunidade. Só se dá responsabilidade a quem possa exercê-la.








Encontrei essa semana entre meus papeis e reportes de jornais uma reportagem do jornal O Povo, de 23 de março de 2014, da jornalista Janaína Marques. Achei bem interessante esse artigo sobre pequenas corrupções e bastante atual para a situação política que estamos passando em nosso país. Creio que pode nos levar a refletirmos um pouco mais sobre nossas condutas e posturas enquanto cidadão.






Corrupção – de grão em grão
Furar fila, colar na prova e sentar em assentos reservados são alguns atos que tornam o país mais corrupto, afirmam especialistas.

Aprender é mudar posturas. Essa foi uma lição dos gregos, especificamente de Platão. Mas, no país do “jeitinho”, levante a mão quem nunca furou fila? Ou colou na prova? Pois estas são algumas das dez posturas que entram na campanha intitulada “Pequenas Corrupções – Diga Não”, lançada pela Controladoria-Geral da União (CGU) na rede social Facebook. O Órgão do Governo Federal que é responsável por fiscalizar o patrimônio público, veiculou uma imagem com dez mensagens, que focam em atitudes antiéticas, ou ilegais, do cotidiano da sociedade brasileira.

 Entre as atitudes citadas pela CGU, estão as ações de falsificar carteirinha de estudante, roubar TV a cabo, comprar produtos piratas e tentar subornar o guarda de trânsito para evitar multas. “Cada qual faz a corrupção que pode fazer: deixar de pagar o imposto de renda, não respeitar os direitos trabalhistas da empregada doméstica, estacionar em lugar proibido, passar no sinal vermelho... Tudo isso é uma forma de tirar vantagem da situação”, analisa o professor de Sociologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), André Haguete.
Entendendo corrupção como “tudo aquilo que vai contra a lei ou age a favor de interesses particulares em detrimento dos coletivos”, Haguete concorda que todas essas atitudes possam ser consideradas “corruptas”, mesmo que seja em pequena escala. Para o docente, o tema se relaciona com o “caráter de cada pessoa e uma ética cívica coletiva”.
Outros exemplos não escapam aos olhos. “Um condomínio colocou estacas de cimento na praia e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) ameaçou a iniciativa com uma multa. As pessoas decidiram pagar a multa e ir contra a lei, porque tem dinheiro para desobedece-la. E ai?”, afirma, citando uma história verídica.
O sociólogo também não esconde que “todos nós”, alguma vez na vida, já praticamos pelo menos alguma dessas “pequenas corrupções”. “Confesso que quando vou ao exterior sou até mais obediente do que no Brasil”, diz.
Na opinião do professor, a solução para atingir uma mudança efetiva de comportamento, poderia estar no ato de punir o indivíduo, já que “todo mundo sabe o que é proibido”. “Se houvesse uma multa de R$ 1.500 para não jogar lixo pela janela, ninguém faria isso”.
PARA PRESIDENTE O TJCE, CONDUTAS SÃO ANTIÉTICAS
O presidente o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), desembargador Luiz Gerardo de Pontes Brígido, não considera que condutas como furar filas, falsificar carteirinhas e roubar sinal de TV a Cabo sejam atos corruptos. "São ações antiéticas, antissociais, mas corruptas, não", afirma, acrescentando que estas atitudes não devem ser vistas como ponto de partida de corrupções maiores.
"É muito comum falsificar carteirinhas de estudante, há que usam o sinal WiFi dos outros e quem nunca furou fila?", questiona. O desembargador diz que, em certos casos, essas atitudes são feitas por um princípio de sobrevivência, como "vender produtos falsificados". Ele identifica a falta de "educação doméstica" como um dos fatores que incentivam tais comportamentos. "É um problema cultural", frisa.
Pontes aponta o Brasil como um país corrupto "desde a época de sua colonização". "A corrupção tem aumentado, mas isso se deve ao fato de que há uma reação maior do Estado e da própria sociedade. O povo está cobrando mais ética e transparência, observa.
Contudo, na visão do desembargador, "muitos dos manifestantes que reivindicam seus direitos, acabam votando em políticos corruptos". Mas algo está melhorando, "mesmo de forma lenta e gradativa."