A escritora e feminista brasileira Rose Marie Muraro faleceu neste sábado (21) aos 83 anos, no Rio de Janeiro. Ela lutava contra um câncer reincidente, mas a causa da morte foi uma infecção urinária que se generalizou, de acordo com a assessoria de imprensa do Hospital São Lucas. Ela será velada neste domingo (22) a partir das 8h, no Memorial do Carmo.
Rose Marie Muraro

Rose Marie Muraro lutava pela igualdadede direitos para as mulheresDivulgação/Instituto Rose Marie Muraro

Intelectual que lutava pela igualdade de direitos para as mulheres, Rose Marie Muraro foi reconhecida em 2005 pelo governo federal como Patrona do Feminismo Brasileiro. Nascida no dia 11 de novembro de 1930, com um problema na visão que a deixou praticamente cega durante parte da sua vida, a escritora deixou cinco filhos, doze netos e publicou 35 livros.

Além de escrever livros que retratavam de forma quase que inédita no Brasil a condição da mulher na sociedade da época, como A Sexualidade da Mulher Brasileira, Rose foi importante para a disseminação de conteúdos estrangeiros sobre o tema, traduzindo e editando inúmeras publicações. Trabalhou durante 17 anos na Editora Vozes e depois fundou, junto com outras feministas, a  Editora Rosa dos Tempos (hoje pertencente à Editora Record), criada para difundir um instrumento que desse voz às mulheres.

De acordo com a professora da Universidade Federal Fluminense Hildete Pereira de Melo, a vida de Rose Marie Muraro foi influenciada pelo seu trabalho na Teologia da Libertação, segmento da Igreja Católica que transformou a vida da intelectual. Após publicar Por Uma Erótica Cristã, no entanto, as suas ideias não foram mais aceitas pela Igreja.

Hildete contou à Agência Brasil que outro papel fundamental da intelectual foi na promoção de um seminário, há 40 anos, que culminou com a criação do Centro da Mulher Brasileira. O “papel vital” de Rose se deu não apenas na fundação da organização feminista, mas também no financiamento para que tal empreendimento se viabilizasse.

Pelo Twitter, a presidenta Dilma Rousseff  lamentou a morte de quem considerou um ícone da luta pelos direitos das mulheres. “Intelectual notável, Rose Marie foi uma mulher determinada em tudo, na luta contra a barreira da cegueira, na luta pelas suas ideias. Somos todas gratas à dedicação incansável de Rose Marie”, escreveu.

“Ela é um patrimônio das mulheres brasileiras, pela sua inteligência, vivacidade, pelo desprendimento na luta para vencer o patriarcado da sociedade e o machismo, na luta pela liberdade política democrática e pela igualdade das mulheres. Hoje, as mulheres estão órfãs”, declarou Hildete, que prepara uma homenagem neste domingo com muitas flores, o que, segundo ela, era desejo de Rose Marie Muraro antes de falecer.

A ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, participa do velório no Rio de Janeiro.


HORÁCIO DÍDIMO - 80 ANOS
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Mesmo passados quase dez anos desde a aposentadoria do Departamento de Literatura da Universidade Federal do Ceará (UFC), o professor, poeta, escritor infantil e ensaísta cearense Horácio Dídimo ainda conjuga o verbo "ensinar" a cada frase. Com 80 anos completados dia 23 de março, o mestre da literatura para crianças se prepara para o lançamento de A Estrela Azul da Fé e da Poesia, 40º livro de uma carreira dividida em partes iguais entre a poesia e a literatura infantil. "A poesia sempre tem um sentido lúcido e um sentido lúdico. O lúdico é o da brincadeira. O lúcido é o do sentido , do aprendizado. Assim também é a literatura infantil", ensina o escritor, unindo em uma só construção as duas paixões da sua escrita.
Apesar do nome ligado ao curso de Letras da UFC e a Literatura Infantil, Horácio defende que toda a carreira foi dedicada a uma arte mais específica: a poesia. "Tudo o que escrevi está ligado à poesia. A literatura infantil, para mim, não é um gênero literário, mas um modo de fazer poesia", ensina. 
O assunto preferido de Horácio Dídimo, no entanto, é imutável desde a década de 1940: Monteiro Lobato. O escritor paulista foi tema de Ficções Lobatianas: Dona Aranha e as Seis Aranhinhas no Sítio do Picapau Amarelo, tese de doutorado de Horácio em Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Acho que se tivesse  escrito em inglês, por exemplo, Monteiro Lobato seria considerado um dos grandes escritores do mundo.Todos os melhores escritores de literatura infantil devem muito a Monteiro Lobato", defende. De acordo com o poeta, a lembrança mais tenra da infância é a de receber os novos livros do escritor infantil a medida em que eram lançados. A morte de Monteiro Lobato, em 1948, foi como perder um parente, revela.
Aos 80 anos, o mestre segue produzindo. "Escrever nunca foi difícil para mim. As ideias vão aparecendo e eu vou transformando em uma poesia que fica guardada até o momento em que eu vejo que ela está pronta para ir para um livro", explica. Foi assim que Horácio fez sua defesa para a Academia Cearense de Língua Portuguesa e virou membro correspondente da Academia de Letras e Artes Mater Salvatoris (Salvador-Bahia), alguns de seus orgulhos.
Horácio promete seguir escrevendo "até quando der", tentando encantar adultos e crianças com poesia e simplicidade - os segredos que aprendeu com Monteiro Lobato.
Fonte: Jornal O Povo: Vida & Arte, artigo de André Bloc, 23/03/2015).


MORRE O ESCRITOR EDUARDO GALEANO
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Uma segunda-feira que poderia ter sido como todas as outras, mas esta, 13 de abril de 2015, foi diferente. Foi o dia em que a América Latina amanheceu mais triste: perdemos Eduardo Galeano. Por volta das 9h30 da manhã começam os comentários nas redes sociais, amigos de todos os países latino-americanos comentam, com profunda tristeza, a morte do escritor uruguaio. Em instantes, centenas de sites confirmam a notícia. Eduardo Galeano se foi, aos 74 anos de idade.
Por Mariana Serafini, do Vermelho

Eduardo Galeano foi o primeiro a receber o título de Cidadão Ilustre do Mercosul, a homenagem se deu em razão da contribuição de sua obra à cultura, à consolidação da identidade latino-americana e à integração regional. Mais tarde, outras figuras relevantes também foram homenageadas, entre elas Lula e Oscar Niemeyer.

O escritor, que ousou mexer nas cicatrizes mal fechadas de um continente marcado por exploração e resistência, trouxe à tona as mazelas das veias que nunca fecharam da América Latina. A obra de Galeano ensinou a diversas gerações de latino-americanos sobre a liberdade, a democracia, a humanidade e a importância do abraço (este último no seu Livro dos Abraços, considerado o mais ousado de sua carreira).

Em As veias abertas da América Latina, publicado em 1971, Galeano analisa a história do continente desde a invasão espanhola até o período contemporâneo, em que a exploração continua, porém de outra forma, por meio da dominação econômica estadunidense. A obra, que se tornou um clássico da literatura de esquerda latino-americana, foi fundamental para a afirmação de uma identidade continental dos povos da região.

Galeano sofreu a repressão da ditadura uruguaia e foi exilado na Argentina, onde teve seu nome colocado na lista dos esquadrões da morte com a chegada do golpe militar liderado pelo general Jorge Videla. Naquele período de ascensão dos regimes ditatoriais em todo o continente, viveu na Espanha e iniciou sua trilogia Memória do Fogo. Só voltou ao seu amado Uruguai em 1985, depois da redemocratização do país.

Como muitos meninos e meninas latino-americanos, Galeano sonhou em ser jogador de futebol. Por sorte ou azar, não há como saber, o desejo não se tornou realidade, mas o escritor tratou de retratar o sonho em algumas de suas obras, entre elas O futebol de sol e sombra, de 1995.

Em seu Livro dos Abraços, Galeano valoriza a sutileza da palavra para apresentar sua visão sobre emoções, política, arte e outros temas inerentes à vida do cidadão comum. Uma crítica mordaz à sociedade capitalista moderna, a obra questiona a distorção de valores.

No texto A celebração da voz humana 2, Galeano faz uma ode à palavra: “Quando é verdadeira, quando nasce da necessidade de dizer, a voz humana não encontra quem a detenha. Se lhe negam a boca, ela fala pelas mãos, ou pelos olhos, ou pelos poros, ou por onde for. Porque todos, todos, temos algo a dizer aos outros, alguma coisa, alguma palavra que merece ser celebrada ou perdoada”.

Galeano comemorou a eleição do primeiro presidente de esquerda da história do Uruguai, Tabaré Vázquez, da Frente Ampla, em 2004, ao afirmar que os uruguaios “votaram contra o medo”. Em 2013 publicou o artigo A demonização de Hugo Chávez. O título irônico revela um brilhante texto em apoio ao então presidente da Venezuela. Junto a outros intelectuais de esquerda latino-americanos assinou um pedido de proclamação da independência de Porto Rico e escrevia periodicamente para jornais de esquerda dos Estados Unidos. Fez da palavra sua ferramenta de luta e defesa da liberdade.

Esta segunda-feira (13) fica marcada em nossa história, o dia em que a América Latina perdeu um de seus grandes mestres e precisou reafirmar o compromisso com a luta contra o imperialismo, pela liberdade e soberania de seu povo, como ele ensinou.


OBS.: O livro de Eduardo Galeano, O LIvro dos Abraços, tem no Centro de Multimeios. 


Mário de Andrade na Flip, na Internet, em carta
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A mais famosa festa literária brasileira, a Flip, começou no dia 1/07, em Parati, e prossegue até o dia 05/07. Mário de Andrade é o escritor homenageado. Como se definiu num poema – “Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cinquenta” –  era ensaísta, poeta, escritor, crítico literário, musicólogo e folclorista. Foi um dos principais mentores do movimento modernista de 1922 e autor de Macunaíma, um clássico da literatura brasileira.
Nos cinco dias de festa, a Flip realizará cerca de 200 eventos, que incluem debates, shows, exposições, oficinas, exibições de filmes e apresentações de escolas, entre outros. Além da programação principal, há eventos para jovens e crianças. 
Vários dos encontros entre escritores e mesas da Flip poderão ser vistos ao vivo pela página do evento na Internet (www.flip.org.br).
E como o assunto principal é Mário de Andrade, o Portal Escrevendo o Futuro traz sugestões para quem quer mais informações sobre o escritor.
Clique aqui para assistir ao documentário “Mário de Andrade: reinventando o Brasil”, da série Mestres da literatura, disponibilizado pela TV Escola.
O filme tem 31 minutos e traz depoimentos de especialistas, familiares e escritores com imagens do autor de Pauliceia Desvairada, da São Paulo de seu tempo e de suas viagens pelo Brasil. Mário é considerado o criador da poesia moderna no país. O documentário revela como se deu a formação pessoal e acadêmica do autor, além de abordar sua obra máxima, Macunaíma.
Veja também – no site “Releituras” - uma das cartas que o paulista escreveu ao então novato escritor mineiro, Fernando Sabino, que havia enviado a Mário seu primeiro livro. A carta é quase uma aula para aqueles que escrevem. A correspondência entre os dois foi publicada em livro: “De Mário de Andrade a Fernando Sabino - Cartas a um Jovem Escritor" (Editora Record,1981). 


ANNE FRANK
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A primeira cinebiografia alemã de Anne Frank será apresentada pela primeira vez no Festival de Cinema de Berlim - disseram os organizadores do Berlinale. O Diário de Anne Frank ("Das Tagebuch der Anne Frank"), dirigido pelo alemão Hans Steinbichler, terá sua estreia mundial em uma seção paralela da competição oficial, disse a mesma fonte. 
O Diário de Anne Frank, escrito pela jovem judia de 13 anos entre junho de 1942 e agosto de 1944 enquanto ela se escondia com a família em Amsterdã.
A obra foi publicada pela primeira vez em holandês por seu pai em 1947.
O nazismo será um dos temas do Festival de Berlim, que começa em 11 de fevereiro, com a adaptação do romance Sozinho em Berlim, de Hans Fallada.
(Fonte: Jornal O Povo, 25 de janeiro de 2016)



EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL
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QUEM É O HOMEM DO SUDÁRIO?
HISTÓRIA E CIÊNCIA DESVENDANDO A FÉ
- Sucesso de público mundial -
De 13 de janeiro a 28 de fevereiro de 2016
Horário: segunda a sábado de 10h às 21h
Domingo 14h30 às 19h30
Local: Shopping Parangaba - piso L2

ENTRADA GRATUITA!
* Você pode doar 1kg de alimento não perecível.
(Realização: Shopping Parangaba, Jornal O Povo e Shalom).


UM ACERVO PARA COMPARTILHAR


Após 28 trabalhando com locação de livros em Fortaleza, a Tukano Arte & Literatura fecha as portas e disponibiliza para a venda avulsa o acervo de 11 mil títulos. Um presente para a cidade em forma de papel, tinta e brochura.


Há um tesouro guardado na rua Carolina Sucupira, número 1304. São mais de 11 mil livros - em uma coletânea que passeia por literatura, sociologia, história, filosofia, cinema, teatro, música, artes plásticas e arquitetura. A singular Tukano Arte & Literatura - que funcionou como editora e locadora de livros por 28 anos -, fecha as portas e entrega um presente para a Cidade: o acervo está disponível para venda.

Nas prateleiras, agora marcados com etiquetas sinalizando preços, os exemplares conservam lembranças de antigos leitores. De 1985 até 2013, a empresa reuniu intelectuais fortalezenses ávidos pelo consumo de novos livros. O sistema ainda guarda os nomes dos três mil clientes cadastrados. Geralmente associada aos DVDs ou aos antigos VHSs, a locação é um modelo de negócio simples - baseado em escolha de título, aluguel, pagamento de diárias e devolução.


A história da Tukano, encerrada agora com a liberação do acervo para venda, começou bem antes de 1985 e se confunde com a história do casal Américo e Ignês Vasconcellos. Após visitar uma brinquedoteca, em São Paulo, eles apostaram na possibilidade do negócio engendrar em Fortaleza. E, por 28 anos, assim aconteceu. Mas as mudanças da vida e o peso do tempo tornaram inviável a manutenção dos exemplares. “Estamos pensando em outros planos e não temos mais como cuidar de tudo isso. É trabalhoso fazer a higienização, organizar”, lamenta Ignês, bibliotecária por formação e apaixonada pelo mundo das letras.
Entre o acervo se destaca a quantidade de obras cearenses - algumas raras ou de edições já extintas. “O Moreira Campos, grande amigo, uma vez me ligou perguntando se havia um livro dele aqui. Acontecia muito com autores regionais, pois as tiragens são pequenas”, pontua Ignês. Américo Vasconcellos, arquiteto, afirma que a Tukano Arte & Literatura foi uma das únicas locadoras literárias no País. “No Nordeste havia outra, em Recife, mas fechou há algum tempo”. Ele se lembra do início do negócio, quando existia pouco mais de mil títulos disponíveis. “Nós basicamente juntamos as nossas bibliotecas, Ignês e eu, e liberamos para locação. Também fizemos edição de autores cearenses”, explica.
A pretensão de Ignês era disponibilizar o acervo inteiro para “uma única mão”, mas não foi encontrada uma pessoa ou entidade interessada na coleção inteira. O casal encontrou a venda dos títulos em separado como solução. “Nosso intuito é que o material fique em Fortaleza, pois é a nossa terra. Reunir os livros foi o trabalho de duas vidas”, pontua a bibliotecária. Por isso, os títulos não foram  disponibilizados em sebos virtuais - permanecendo a venda avulsa local como opção. Quem quiser adquirir um, dois ou mais títulos da Tukano pode visitar a sede da extinta locadora - de segunda a sexta-feira, das 14 às 18 horas; e aos sábados, das 9 às 13 horas.

SERVIÇO:
Tukano Arte & Literatura
Onde: rua Carolina Sucupira, 1304 - Aldeota
Quando: de segunda-feira a sexta-feira, das 14 às 18 horas; e aos sábados, das 9 às 13 horas
Para consultar o acervo: www.aluguelivros.com.br
Outras informaões: 3261 0421
(Fonte: Jornal O Povo, reportagem Isabel Costa, 22 de fevereiro de 2016).


Bibliotecas comunitárias oferecem livros e espaço para estudo
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Onde não há acesso aos equipamentos públicos, leitores encontram nas bibliotecas comunitárias o espaço ideal para estudar, mediar leituras, ouvir boas histórias, consultar ou locar livros. O POVO listou locais que ressignificam a relação das crianças e dos adolescentes com a Literatura.

Em uma cidade onde só há duas bibliotecas públicas - a Dolor Barreira e a Governador Menezes Pimentel – espaços comunitários de leitura ressignificam a relação dos moradores com os livros. Localizadas em bairros periféricos, elas oferecem chances de ouro para crianças e adolescentes: acessar clássicos brasileiros, assistir contações de histórias e ler as publicações queridinhas da cultura pop. Para quem não possui acesso aos equipamentos públicos, ter uma biblioteca perto de casa é um luxo.

Ana Luísa da Silva é frequentadora da Biblioteca Comunitária Leônidas Magalhães, no bairro Álvaro Weyne. Foi no espaço que ela aprendeu a ler. “A minha história é assim: meu irmão me chamava para sair e pedia que eu lesse placas, cartazes. Mas eu não conseguia, não aprendi na escola. Aqui as tias foram me ajudando e juntei as sílabas”, lembra. Hoje com dez anos, a menina se diz fã de poesia brasileira. “Mas ainda gosto dos livrinhos infantis com figura”, conta. Com somente dois mediadores de leitura, a biblioteca tem 4.500 exemplares e mais de 250 leitores cadastrados. E, para manter o acervo atualizado, o grupo gestor busca editais públicos e apoio de empresas.

Para Nádia Santos, 17, a Biblioteca Comunitária Sorriso da Criança, no bairro Presidente Kennedy, é lugar de crescimento. Frequentadora desde os nove anos, ela viu os gostos literários mudarem. Antes fã dos livros infantis com “leitura simples e rápida”, hoje ela busca clássicos nacionais escritos no século passado. “Estou aqui de segunda a quinta. É meu local preferido para ler e estudar”, comenta. A Sorriso da Criança tem 3000 títulos e, além da consulta e locação, oferece contação de histórias e mediação. A coordenadora, Lilian Gradela, explica que a atualização do acervo e a contratação de profissionais só foi possível graças ao financiamento do Instituto C&A. Em 2016, como a parceria findou, a instituição avalia como será o futuro da biblioteca, que existe desde 2005.
Na contramão da falta de recursos, entretanto, há quem permaneça resistindo. Com um pouco mais de mil livros, a Biblioteca Comunitária Espaço de Leitura, sediada no bairro Planalto Pici, atende crianças com empréstimo e contação de histórias. Devido às dificuldades orçamentárias, o local funciona somente de segunda a quarta-feira. “Abríamos a biblioteca todos os dias, mas, com a falta de recursos, não é mais viável. Tentamos, na medida do possível, incentivar entre as crianças o gosto pelos clássicos brasileiros”, aponta Francisco Fernando Martins, um dos organizadores.

Há, também, aqueles que sonham em ter um local próximo – gratuito e aconchegante – onde crianças e adolescentes possam descobrir o mundo das letras. Os moradores do Morro de Santiago, na Barra do Ceará, iniciaram campanha que arrecada fundos para montar uma biblioteca. Parte do acervo e do mobiliário foram conseguidos através de doações. Mas a estrutura necessita de reforma. “Precisamos de materiais para concluir a construção. Desde 2015 trabalhamos para montar a biblioteca e a previsão é concluir no fim desse ano", pontua Rafael Agostinho, integrante do grupo que coleta financiamento.Localizada em área periférica, a comunidade necessita de locais para estimular estudo e leitura. "E fortalecer a autoestima dos moradores, pois o espaço é mal visto pela cidade e, com a biblioteca, poderia ser ressignificado", afirma.

BIBLIOTECAS COMUNITÁRIAS
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O POVO reuniu endereços e telefones das principais bibliotecas comunitárias de Fortaleza. Em todas, além da locação de exemplares e espaço para leitura, hã contação de histórias e atividades lúdicas para crianças e adolescentes.
Biblioteca Comunitária Jardim Literário
Onde: rua Eretides de Alencar, 302 – Jardim Iracema
Funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas
Outras info: 3286. 5347 / bibcomunitariajardimliterario@gmail.com

Biblioteca Comunitária Criança Feliz
Onde: rua Gaudioso de Carvalho, 302 – Jardim Iracema
Funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas
Outras info: 3286 .3401 / bibliotecacriancafeliz@gmail.com

Biblioteca Comunitária Famílias Reunidas
Onde: rua Rincão, 79 – Padre Andrade
Funciona de segunda a quinta-feira, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas
Outras info: 3284.6473 / bib.familiasreunidas@gmail.com

Biblioteca Comunitária do Conjunto Ceará
Onde: avenida B, 461 - Primeira Etapa, Conjunto Ceará
Funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas
Outras info: facebook.com/bcc

Biblioteca Comunitária Sorriso da Criança
Onde: rua do Planalto, 167 – Presidente Kennedy
Funciona de segunda a sexta-feira - das 8 às 12 horas, das 13 às 17 horas e das 18 às 21 horas
Outras info: 3478 2640 / bibliosorriso@hotmail.com
Biblioteca Comunitária Espaço de Leitura
Onde: Rua Campestre, 141 - Planalto do Pici

Funciona de segunda-feira a quarta-feira, em horário comercial
Outras info: 3290 0109

Biblioteca Comunitária Leônidas Magalhães
Onde: rua Ferreira dos Santos, 197 – Álvaro Weyne
Funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas
Outras info: bibleonidas@gmail.com

Biblioteca Comunitária da Vidança
Onde: avenida L, 400 - Vila Velha
Funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas
Outras info: 3262. 7599 / vidanca@vidanca.org
Biblioteca Comunitária Lendo Letras
Onde: rua Frei Caneca, 299 - Jardim das Oliveiras
Horário: de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 horas e de 13 às 17 horas
Outras info: 3279 .5221

Biblioteca Comunitária Dias Macedo
Onde: rua Torres de Melo, 267 - Dias Macedo
Horário: de segunda a sexta-feira, das 15 às 17 horas
Outras info: 3469.9156
 Biblioteca Comunitária Manoel Bandeira
Onde: rua Abelardo Barbosa, 1060 - Barra do Ceará
Horário: de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas – Outras informações: 3485-2906
(Fonte: Jornal O POVO, Isabel Costa, dia 29 de fevereiro de 2016).



Escrita compartilhada
Jovens escritores se reúnem em projeto coletivo que edita, lapida e divulga textos de vários gêneros. Nessa troca, eles se ajudam na aprendizagem da escrita criativa.

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Escrever não precisa, necessariamente, ser um processo solitário. Jovens fortalezenses se reuniram no Escambau – coletivo que revisa, troca, lapida e divulga textos de vários gêneros. Criado em Fortaleza, o grupo já reúne mais de 350 interessados em aprender sobre Literatura e ampliar os conhecimentos sobre escrita criativa. Com site, página no Facebook, encontros mensais e produção de podcasts, os integrantes interagem e caminham juntos na jornada artística.

Wilson Júnior, 27, editor do grupo, despertou para a criação literária há dois anos. Com necessidade de “aprender a escrever”, começou a buscar cursos específicos na Capital. As poucas formações encontradas eram perenes ou inacessíveis. “Passei uns meses escrevendo sozinho. Mas sentia déficits que não conseguiria mudar isolado. Tentei juntar pessoas daqui, interessadas por escrita, e que também não tivessem espaço. Então, o Escambau surgiu sem nome como um grupo escrita criativa. E, em uma das reuniões, o Michel Euclides (também integrante) sugeriu a designação”, explica.
Durante o processo colaborativo, as redes sociais são a principal vitrine. No Facebook, foi lançado um projeto de contos com palavras temáticas. De setembro a outubro do ano passado, eram lançados verbetes diariamente – que serviam de mote para os textos. A iniciativa popularizou o grupo, que saltou de 30 para mais de 200 participantes. Em dezembro último, a ideia foi repetida. Novo sucesso. E novo salto no número de integrantes aconteceu.

A ação mais recente do coletivo foi o lançamento do site oficial. A plataforma abriga, além dos textos literários produzidos por “jovens escambanautas”, colunas semanais sobre quadrinhos,cultura pop, cinema e música. “Funciona também como uma espécie de expositor para os integrantes, mostrando para as editoras que os aspirantes já têm um público”, explica Wilson.
Suellen Lima, 25 anos, também é componente do Escambau. O interesse pela escrita surgiu no ensino médio e foi deixado de lado na vida adulta. Mas, passeando pelo Facebook, ela viu uma sugestão de grupo curiosa: escambanautas. Gostou da proposta, entrou e desde então é uma das produtoras mais assíduas. “Estava me sentindo sozinha. Sem ninguém para compartilhar a experiência. Descobri o grupo e vi que estavam engajados em escrever e ajudar uns aos outros”, diz. Suellen, recém-formada em Letras, é responsável pelas resenhas literárias do site. “Tenho o projeto de publicar um livro, mas preciso me dedicar. Espero que essa troca de experiências no grupo gere frutos”, diz.

PROJETOS
O próximo passo é lançar uma antologia de contos produzidos pelos escambanautas. “Em uma proposta, possivelmente, de mitologia nordestina. As pessoas enviariam os textos e ocorreria uma seleção. Estamos conversando com algumas editoras independentes”, aponta Moacir de Souza Filho, 27 anos, também editor do coletivo. Ele foi um dos selecionados na última edição do Prêmio Ideal Clube, que reunirá poesias de fortalezenses em livro. Outros três integrantes do coletivo – Talles Azigon, Cícero Almeida e Djania Beserra – também figuraram entre os destaques da premiação.

SAIBA MAIS
Para divulgar os trabalhos dos jovens autores, os editores do Escambau estão formulando um canal no YouTube e investindo na produção de Podcasts.Começamos no facebook e estamos fazendo disseminação em outras plataformas. Falando sobre várias questões de arte, representatividade e Literatura, aponta Moacir de Souza Filho. Apesar de ser sediado em Fortaleza, o coletivo acolhe pessoas do Brasil inteiro.
Com o conhecimento adquirido em várias fontes, o Escambau promove oficinas e workshops de escrita criativa em Fortaleza. A ideia, explicam os integrantes, é disseminar o conhecimento cada vez mais.

SERVIÇO
Para conhecer o Escambau
Facebook: facebook.com/cambaface ou facebook.com/groups/cambanautas

Sugestão do leitor
Esta matéria foi sugerida pelo leitor Magno Matos
Para sugerir uma pauta envie e-mail para vocefazopovo@opovo.com.br ou ligue para 3254.1010 Opção 3

(Fonte: Jornal O POVO, Isabel Costa, dia 07 de março de 2016).